ADUFCG decidirá início de greve
A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina
Grande, abrangendo o campus sede e os campi de Cuité, Sousa e Sumé, realiza
assembleia geral nesse dia 6 de junho, quinta-feira.
Será decidida em votação a data de adesão à greve nacional
deflagrada pelo Andes, que é o sindicato nacional dos docentes do ensino
superior.
A aprovação ao indicativo de greve ocorreu em assembleia
anterior, realizada no final de maio.
Na ocasião, foram 37 votos favoráveis à adesão à greve e 35
contrários, ou seja, com uma diferença de apenas dois votos.
A assembleia desse dia 6 será realizada às 9 horas da
manhã, no auditório do Centro de Extensão José Farias Nóbrega, no campus sede,
e simultaneamente nas bases sindicais da ADUFCG em Cuité, Sousa e Sumé.
Atualmente, a Universidade Federal de Campina Grande encontra-se
no interstício entre os períodos letivos 2023.2 e 2024.1, ou seja, sem aulas.
O período letivo 2024.1 tem início programado para o dia 17
de junho, ou seja, a adesão à greve nacional acontece a menos de duas semanas
do reinício das aulas.
Avanço da greve
Entre a assembleia anterior e essa próxima, do dia 6 de
junho, um fator agravou a situação de diálogo e negociação entre o Andes e a
equipe do governo federal que faz as mediações.
No dia 27 de maio o Ministério da Gestão e Inovação chamou formalmente
e assinou acordo com a organização sindical denominada Proifes, estabelecendo
parâmetros de reposição de perdas salariais, reestruturação de plano de
carreira e pagamento de benefícios abaixo do reivindicado pelo comando nacional
de greve do Andes.
Depois, reunida com o Andes, a equipe do governo federal
afirmou ter esgotado as negociações e que o acordo assinado com o Proifes
encerrava os argumento de realização da greve.
O setor jurídico do Andes entrou com ação cautelar na
Justiça, em Brasília, e conseguiu suspender os efeitos do acordo entre governo
federal e Proifes.
No cenário nacional da greve nas instituições federais de
ensino o acordo entre governo federal e Proifes já não tinha surtido efeito
algum, já que as poucas instituições federais vinculadas a aquela representação
sindical não encerraram a paralisação das atividades.
45 dias de greve nacional
A greve nacional nas instituições federais de ensino
mobiliza professores e servidores técnicos administrativos desde o mês de
março.
A deflagração da greve aconteceu após falta de acordo entre
os comandos nacionais e o governo federal, que mantinham diálogo desde o
primeiro semestre de 2023.
A primeira categoria a parar foi a dos servidores técnicos
federais, em março de 2024.
Os docentes federais iniciaram a greve no dia 15 de abril.
Cada categoria faz um conjunto de reivindicações federais
diferente, coincidindo principalmente no aspecto salarial.
O comando nacional de greve do Andes não aceita qualquer
proposta de reposição salarial abaixo de 22%, retroativa a 2022, ou seja, ainda
não considerando a soma das perdas já acumuladas a partir de 2023, com a
vigência do atual governo.
O governo insiste em oferecer 9% de reposição em janeiro de
2025 e outros 4,5% em maio de 2026.
O Andes exige que a primeira parcela de um eventual acordo
seja paga ainda no ano civil de 2024.
Nessa primeira semana de junho o movimento grevista nacional
ganha outro formato de condução.
Na manhã do dia 3, por exemplo, representantes dos
sindicatos dos servidores técnicos administrativos e dos docentes vinculados ao Andes realizaram uma entrevista coletiva, em Brasília, para esclarecer os motivos
que levam à continuidade da greve.
Foram, também, apresentadas parciais que mostram que mais de
50% dos campi de instituições federais de ensino encontram-se em greve
envolvendo tanto servidores quanto professores.
A greve atinge, segundo as federações sindicais, 550 campi
de universidades federais e 572 campi de institutos federais.